Steven Soderbergh começou sua carreira por cima. sexo, mentiras e videotape, seu primeiro trabalho, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Seu segundo longa, Kafka, se revelou confuso e não convenceu. O Inventor de Ilusões é seu terceiro filme. Ele conta a história de Aaron, interpretado por Jesse Bradford, um garoto que vive em uma época difícil. Estamos no início dos anos 1930, nos Estados Unidos, período da grande depressão. Seu pai (Jeroen Krabbé), desempregado, aceita um trabalho como vendedor viajante. A mãe (Lisa Eichhorn), doente, é internada. Seu irmão menor vai morar com os tios. Aaron, sozinho, conta apenas com sua imaginação e a eventual ajuda de seu melhor amigo, Lester, papel de Adrien Brody. Baseado nas memórias de A. E. Hotchner, O Inventor de Ilusões é um belo e tocante filme que retrata um momento triste da história americana filtrado com sensibilidade pelos olhos de uma criança. Steven Soderbergh se reinventou como diretor, uma vez que abandonou seu estilo “independente”, presente nos seus dois primeiros trabalhos, e adotou uma narrativa clássica, que faz jus à melhor tradição hollywoodiana. Isso não é fácil. É preciso talento.