Os truques de mágica fazem parte da história do cinema desde os seus primórdios, ainda no Século XIX, quando Georges Méliès os utilizou pela primeira vez. Se analisarmos bem, o cinema em si é um grande truque de mágica. Não é por acaso, portanto, que filmes sobre mágicos costumam encantar tanto. O Ilusionista, de 2006, dirigido por Neil Burger, conta a história do misterioso e enigmático Eisenheim, vivido por Edward Norton. Estamos em Viena, por volta de 1900, quando se estabelece um triângulo amoroso entre Eisenheim, o príncipe Leopold (Rufus Sewell) e a bela Sophie, papel de Jessica Biel. Completando o elenco principal, Paul Giamatti interpreta o inspetor-chefe de polícia. Burger optou por uma narrativa tradicional e linear, mas, isso não desmerece em nada seu trabalho. Muito pelo contrário. Seu filme não tem pressa alguma. Ele apresenta as personagens, estabelece suas motivações e desenvolve a trama sem correrias ou reviravoltas confusas. Tudo tem seu tempo e nada parece fora do lugar. Merece um destaque especial o confronto que se estabelece entre as personagens de Norton e Giamatti, dois atores excepcionais e que sempre dão o melhor de si. No mais, é só acompanhar a história que, como todo bom truque de mágica, sempre reserva uma boa surpresa para o final.