Coincidentemente ou não, esta história foi contada por três vezes nos últimos 60 anos. A primeira foi em 1951, com o título de O Monstro do Ártico. Depois, em 1982, foi a vez deste O Enigma do Outro Mundo. A terceira vez foi em 2011 e teve o mesmo título da segunda. John Carpenter vinha de uma leva de bons filmes: Halloween, A Bruma Assassina e Fuga de Nova York. Ele poderia optar por qualquer projeto. Decidiu então refilmar um de seus filmes favoritos. Com roteiro de Bill Lancaster, a partir de uma história de John W. Campbell Jr., a versão de Carpenter para aquela história foi apressadamente classificada como um sub-Alien. O que não faz se justifica, apesar de aparentes semelhanças. Na trama, um grupo de cientistas que desenvolve um trabalho de exploração no Polo Sul presencia uma caçada inusitada a um cachorro. O que os cientistas não sabem é que, na verdade, eles estão diante de um ser alienígena que tem o poder de assumir a forma de suas vítimas. Carpenter aproveita este contexto para explorar alguns aspectos da condição humana. O isolamento provocado pelo gelo polar, aliado ao pânico paranoico que se estabelece no grupo, cria situações de grande tensão e terror. Terreno mais que fértil para um diretor como Carpenter, um dos grandes mestres do gênero.

O ENIGMA DO OUTRO MUNDO (The Thing – EUA 1982). Direção: John Carpenter. Elenco: Kurt Russell, Wilford Brimley, Richard Dysart, Donald Moffat e Richard Masur. Duração: 108 minutos. Distribuição: Universal.