O cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder viveu muito pouco, apenas 37 anos. Mas, produziu bastante. Para teatro, cinema e televisão. Em meados dos anos 1970, inspirado pela obra de Douglas Sirk, ele resolveu discutir alguns preconceitos em seus filmes. O Direito do Mais Forte é a Liberdade, de 1975, faz parte desta fase. Com roteiro dele próprio, junto com Christian Hohoff, temos aqui um diferencial: sua atuação em um papel de destaque. Ele vive o papel de Franz Biberkopf, um homem que, devido à falta de dinheiro, se prostitui. Seu primeiro cliente, Max (Karlheinz Böhm), torna-se seu amigo. No dia seguinte, sua sorte muda. Ele ganha na loteria e, através de Max, conhece Eugen (Peter Chatel), por quem se apaixona. O olhar de Fassbinder não é nada animador. Em sua extensa filmografia predomina o pessimismo. O que torna O Direito do Mais Forte é a Liberdade relevante é a maneira como o cineasta cria e dirige suas personagens. E neste caso, pode acrescentar sua brilhante atuação à frente do elenco. Acompanhamos a descida ao inferno pessoal de Franz. E não custa lembrar e destacar: poucos diretores conseguem mostrar esta queda de maneira tão poética e, ao mesmo tempo tão direta e seca, como Fassbinder.
O DIREITO DO MAIS FORTE É A LIBERDADE (Faustrecht der Freiheit – Alemanha 1975). Direção: Rainer Werner Fassbinder. Elenco: Peter Chatel, Rainer Werner Fassbinder, Karlheinz Böhm, Adrian Hoyen e Harry Baer. Duração: 123 minutos. Distribuição: Lume Filmes.
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