O senhor X está cansado. Ele comercializa drogas e já levantou uma boa grana. No momento, ele só pensa em uma coisa: aposentadoria. Até surgir um último trabalho que ele não poderá recusar. E, claro, as coisas não sairão como planejado. Estreia na direção de Matthew Vaughn, produtor dos dois primeiros filmes de Guy Ritchie, Nem Tudo É O Que Parece revela-se uma boa surpresa. O título original Layer Cake, ou “bolo de camadas”, resume bem a situação vivida pelo senhor X. Interpretado por um Daniel Craig pré-007, X deve alguns favores ao chefão do crime local, além disso, ainda temos a presença vulcânica de Tammy, vivida por Sienna Miller. Realmente, a vida de X tem muitas “camadas”. Quando este filme foi lançado, muita gente comparou aos filmes de Guy Ritchie. Chegaram a dizer na época que talvez Vaughn tivesse sido mais diretor do que produtor dos filmes do amigo. Pura intriga. Os dois pertencem à mesma geração e conhecem bem esse mundo. Nem Tudo É O Que Parece é o tipo de filme que precisa de um elenco convincente para funcionar e nesse ponto, não há o que se questionar. A integração e competência de todos em cena, além do roteiro criativo e da excelente trilha sonora, fazem deste filme uma pequena joia do moderno cinema inglês. Uma curiosidade: foi por causa desse papel que Daniel Craig foi convidado para assumir a personagem de James Bond.
NEM TUDO É O QUE PARECE (Layer Cake – Inglaterra 2004). Direção: Matthew Vaughn. Elenco: Daniel Craig, Tom Hardy, Sienna Miller, Colm Meaney, George Harris, Jamie Foreman, Michael Gambon, Tamer Hassan, Ben Whishaw, Burn Gorman e Sally Hawkins. Duração: 105 minutos. Distribuição: Sony.