A Disney continua espremendo suas animações até não poder mais. Muitas delas se tornaram clássicos do cinema. Nos últimos anos o estúdio tem refilmado essas histórias com atores, os chamados “live action”. O resultado não tem sido dos melhores. Pelo menos artisticamente falando. Uma dessas “releituras” foi O Rei Leão de 2019, versão com “animais reais” da animação de 1994. Como se isso não bastasse, o estúdio agora investe em uma prequela, ou seja, uma história que teria acontecido antes daquela que já conhecemos. Fizeram isso em 2021, com Cruella. Agora chegou a vez de Mufasa: O Rei Leão, dirigido em 2024 por Barry Jenkins. O roteiro de Jeff Nathanson nos conta aqui a história de Mufasa e Scar bem antes do nascimento de Simba. O recurso utilizado é o de um longo flashback narrado por Rafiki para os inseparáveis Timão e Pumba e a pequena Kiara, filha de Simba e Nala. Diferente do filme de 2019, Mufasa tem mais personalidade, mesmo apelando um pouco para nossa memória afetiva ao inserir na trama personagens queridas da animação original. A seu favor temos um roteiro que explora melhor o passado do futuro Rei Leão e sua relação com o irmão traidor, que é convincente por ser bem construída. Me lembrou bastante a relação de Moisés e Ramsés que vimos em Os Dez Mandamentos, de Cecil B. De Mille. As imagens geradas por computador dos animais em cena melhorou consideravelmente nos últimos anos e esse avanço tecnológico favoreceu muito a obra de Jenkins, um diretor respeitado por seus trabalhos independentes e de baixo custo, mas que soube tirar proveito do generoso orçamento que recebeu da Disney para realizar essa aventura. Em tempo: O filme comemora os 30 anos da animação de 1994 e é dedicado a James Earl Jones, falecido em setembro de 2024 e que deu voz ao Mufasa original.
MUFASA: O REI LEÃO (Mufasa: The Lion King – EUA 2024). Direção: Barry Jenkins. Animação. Duração: 120 minutos. Distribuição: Walt Disney Pictures.