Minha Vida em Cor-de-Rosa foi o primeiro longa do cineasta belga Alain Berliner. Com roteiro dele próprio, junto com Chris Vander Stappen, o filme parte de seu título irônico para contar uma história comovente. Ludovic (George Du Fresne), um garoto de sete anos, vive com sua família nos arredores de Paris. A aparente tranquilidade é quebrada em uma festa de aniversário, quando Ludovic aparece vestido de menina. Do susto inicial de todos, passando pelo entendimento inicial de tratar-se de uma brincadeira, Minha Vida em Cor-de-Rosa discute a aceitação de alguém que é diferente. Berliner nos conduz por uma narrativa que mescla drama, fantasia, humor e lirismo sem “levantar bandeiras”. De maneira sutil e corajosa, o roteirista e diretor escancara uma situação que ultrapassa a questão da descoberta da sexualidade em tão tenra idade. O debate proposto aqui inclui outras questões bem mais complexas e se não aponta “culpados”, deixa bem clara a posição do cineasta em relação a tudo que é mostrado. Convém destacar que este filme não seria o mesmo sem o desempenho tocante do menino-ator Georges Du Fresne. Minha Vida em Cor-de-Rosa foi indicado a diversos prêmios pelo mundo e ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro no ano de seu lançamento.