No filme Os Imperdoáveis, dirigido por Clint Eastwood em 1992, o ator Richard Harris interpreta um inglês que diz existir uma dignidade na realeza. Isso faz com que alguém que aponte uma arma para um rei ou uma rainha irá tremer as mãos antes de atirar. Já se a arma estiver apontada para um presidente. Bem, ele completa: por que não atirar em um presidente? Terei que discordar. Há um fascínio muito grande em relação aos reis. Mas, o mesmo fascínio vale para os presidentes. Principalmente, se ele for presidente dos Estados Unidos. Em Meu Querido Presidente, realizado por Rob Reiner em 1995, isto fica bem claro. O roteiro de Aaron Sorkin nos apresenta Andrew Shepherd (Michael Douglas). Ele está viúvo e em ano eleitoral, onde tentará a reeleição. Certo dia, a lobista Sydney Wade (Annette Bening) aparece em sua vida e ele se apaixona. Sorkin conhece muito bem os bastidores da Casa Branca. Tanto que explorou estes conhecimentos ao longo das sete temporadas da série de TV The West Wing. O diretor, por sua vez, conduz sua narrativa inspirado pela obra de Frank Capra. O resultado não poderia ser outro: uma deliciosa comédia dramática que nos faz torcer por este casal antes mesmo de eles começarem um romance. Meu Querido Presidente tem um elenco em estado de graça e uma produção carregada de charme e beleza. E ainda se dá ao luxo de discutir questões importantes sobre o meio ambiente e o controle de armas de fogo.
MEU QUERIDO PRESIDENTE (The American President – EUA 1995). Direção: Rob Reiner. Elenco: Michael Douglas, Annette Bening, Martin Sheen, Michael J. Fox, Samantha Mathis, David Paymer, Anna Deavere Smith, John Mahoney, Nina Siemaszko e Richard Dreyfuss. Duração: 113 minutos. Distribuição: Universal.