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MARCAS DA VIOLÊNCIA

O canadense David Cronenberg é, antes de tudo, um cineasta extremamente econômico e de um apuro e concisão visual inigualáveis. É também um diretor que trabalha de maneira sistemática algumas obsessões. As três mais comuns em sua filmografia são: o corpo humano, o sexo e as falsas aparências. Todas elas estão presentes em Marcas da Violência. Somos apresentados à família Stall: pai, mãe e um casal de filhos. Eles vivem harmoniosamente em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Tom, o pai, tem uma lanchonete e esse mundo harmonioso vira de cabeça para baixo depois de uma tentativa de assalto que é reprimida por ele e que o torna um herói local. A notícia da façanha traz à tona um passado que estava enterrado. Cronenberg gosta de brincar com as aparências. Ele constrói uma realidade idílica e, gradativamente, vai revelando que tudo não passa de uma mera fachada. E isso pode ser comprovado em diversos momentos do filme, seja na seqüência de abertura, nas cenas de refeições familiares, no ambiente escolar ou nos dois momentos de sexo entre Tom e Edie. Cronenberg é também um grande diretor de atores e extrai um desempenho fabuloso de todo o elenco, sem exceção. Com um destaque especial para a atuação de Viggo Mortensen, que, de uma maneira também econômica e bastante sutil, nos transmite toda a complexidade de sua personagem com pequenos e precisos gestos. Muitos diretores precisam de bastante tempo para lidar com questões mais elaboradas. Cronenberg faz tudo isso em apenas 90 minutos.
MARCAS DA VIOLÊNCIA (A History of Violence – Canadá 2005). Direção: David Cronenberg. Elenco: Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris, William Hurt, Ashton Holmes, Stephen McHattie, Peter MacNeill e Greg Bryk. Duração: 95 minutos. Distribuição: PlayArte.

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