Existem muitos conceitos de família. Mas deveria haver apenas um: trata-se de um grupo de pessoas que se ama e se respeita. O conceito de família está no centro do documentário Lar, dirigido em 2024 pelo mineiro Leandro Wenceslau. Ele acompanha aqui o dia a dia de três famílias LGBTQIAPN+ a partir do ponto de vista de seus filhos. Esse olhar reforça a essencia de um núcleo familiar, que deveria ser marcado sempre por ligações de amor e afeto. O mais interessante em Lar é a maneira como Wenceslau entrelaça as histórias que nos relata com a sua própria. Já no início ele diz que “o desejo de formar uma família estava presente na vida adulta e, junto com meu companheiro, pensava em ter filhos, mas não sabia como. Em 2015, conversei com um casal de professoras que adotaram dois irmãos. Elas mostraram de forma muito direta e sincera que o amor não tem fórmula estabelecida. Entendi que a família se construía com cuidado e presença, muito além dos formatos convencionais.” Outro ponto que vale destacar é o fato de o diretor não glamourizar a rotina dos retratados. Problemas existem na vida de todos nós. No caso dessas famílias eles são maiores por conta de certas regras sociais que teimam em não evoluir, bem como alguns empecilhos legais que dificultam certas ações simples. Fica no final a certeza de que buscamos uma identidade e, por consequencia, a sensação de pertencermos a um grupo amoroso, afetuoso e protetor.
LAR (Brasil 2024). Direção: Leandro Wenceslau. Documentário. Duração: 76 minutos. Distribuição: Embaúba Filmes.







