O cineasta Stephen Chow é um dos mais populares diretores da China. Os filmes que ele dirige são, antes de tudo, despudorados. Fã de artes marciais, comédias, musicais e animações, principalmente das personagens da turma do Pernalonga, Chow costuma misturar todas essas referências em seus trabalhos. Seus filmes não permitem um meio-termo: ou você embarca na brincadeira ou é melhor nem ver. Kung-Fusão se passa na Hong Kong dos anos 1940, quando a terrível Gangue do Machado impõe sua força eliminando impiedosamente a concorrência. O domínio deles é enorme e abrangente, deixando de fora apenas as localidades mais pobres e distantes, como o Beco da Pocilga. Isso, até o chefão da gangue decidir que é hora de ampliar ainda mais seu poder. No universo de Stephen Chow tudo é possível. Até mesmo um ladrão de meia-tigela como Sing, vivido pelo próprio diretor, ser na verdade um grande mestre do kung fu. Por mais absurda que possa parecer, as tramas escritas e dirigidas por Chow são extremamente criativas e bem elaboradas. Como eu escrevi no começo, seu cinema não tem pudor algum em misturar as mais diferentes referências em um mesmo pacote. Repito mais uma vez: não há meio-termo. É embarcar ou desistir da viagem. Mas, se você embarcar com a mente aberta, tenha certeza, vai se divertir muito.