O cinema tcheco é pouco conhecido no Brasil. Mesmo em outros países são poucas as produções que conseguem espaço. Alguns diretores conquistaram reconhecimento mundial, como Milos Forman (Um Estranho no Ninho, Hair e Amadeus), por exemplo, depois que passou a realizar filmes em Hollywood. Kolya: Uma Lição de Amor, de Jan Svèrák, abriu caminho após ser premiado em diversos festivais e de ter ganho o Oscar de melhor filme estrangeiro. A história se passa em Praga, no ano de 1988, quando o país ainda estava sob o domínio soviético e ainda se chamava Checoslováquia. Somos apresentados a Louka (Zdenèk Svèrak), um violoncelista perseguido por razões políticas. Para sobreviver, só resta a ele tocar em funerais e aceitar um casamento por dinheiro com Nadezda (Irina Bezrukova), uma russa interessada em obter a cidadania tcheca. Ela termina fugindo e deixa com Louka seu filho de cinco anos, Kolya (Andrej Chalimon). O relacionamento entre os dois é o mote do roteiro escrito pelo ator Zdenék Svèrak, a partir de uma história de Pavel Taussig. O intérprete de Louka, além de lembrar a fisionomia de Sean Connery, é pai do diretor do filme. O subtítulo brasileiro, Uma Lição de Amor, já entrega tudo. Kolya é um filme carregado de sentimento, porém, nunca cai na emoção barata.