O grande estadista sul-africano ficou preso por 27 anos, vítima do apartheid, antigo regime de segregação racial da África do Sul. Durante esse período, diz ele, o poema Invictus, escrito pelo poeta inglês William Ernest Henley o manteve focado em seu objetivo. Ele foi libertado em 1990 e em 1994 concorreu às eleições e tornou-se presidente de seu país. O ator Morgan Freeman, amigo pessoal de Mandela, sempre quis contar sua história. O próprio Mandela disse prá ele certa vez que os dois se pareciam muito e que Freeman poderia interpretá-lo no cinema. Depois de ter lido o livro Invictus – Conquistando o Inimigo, escrito pelo jornalista inglês John Carlin, ele encontrou o material ideal para realizar o projeto. Freeman convidou o amigo Clint Eastwood para dirigir o filme, que inicialmente se chamaria The Human Factor. Depois batizado de Invictus por causa do poema já citado, o livro, assim como o filme, fazem um recorte de um período marcante da vida de Mandela, quando ele decide apoiar o time de rugby, um esporte popular entre os brancos. O país sediaria a Copa do Mundo de Rugby e Mandela viu aí a chance de unir seu povo em torno de um objetivo comum. Para isso, contou com a ajuda do capitão do time, Francois Pienaar, vivido por Matt Damon. Ao contrário de boa parte das cinebiografias que procuram contar toda a vida do biografado em celulóide, aqui foi escolhido um período emblemático da vida de Mandela. Um período que resume toda a sua humanidade, pragmatismo e alma de estadista. A direção de Eastwood é segura e severa, como de costume. Sua narrativa clássica é sempre envolvente e consegue criar suspense até em momentos que sabemos, pela própria história, que não aconteceram. Freeman e Damon também estão perfeitos em seus papéis e a interação entre eles é espantosa. Impossível resistir ao “fator humano” dessa pequena grande obra. I am the master of my fate. I am the captain of my soul. Eu sou o mestre do meu destino. Eu sou o capitão da minha alma.