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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

GUERREIRO

O ringue como palco de transformação tem sido usado em filmes desde sempre. O formato do espaço, às vezes circular, às vezes quadrado, permite uma boa mobilidade e onde há movimento, existe cinema. Guerreiro, dirigido pelo americano Gavin O’Connor, se une a uma longa lista de títulos que trabalharam este espaço de luta como metáfora de mudanças diversas. Aqui, a partir de um roteiro escrito pelo próprio diretor, em parceria com Anthony Tambakis e Cliff Dorman, acompanhamos a história de dois irmãos que tomaram rumos diferentes na vida e se reencontram na arena octagonal de um campeonato de MMA (sigla em inglês para artes marciais múltiplas). Tommy Riordan (Tom Hardy) é um ex-fuzileiro naval que lutou no Iraque e agora, de volta à sua cidade e ao convívio com  o pai (Nick Nolte), tenta apagar suas memórias da guerra. Brendan (Joel Edgerton) trabalha como professor em uma escola pública e passa por problemas financeiros. O que torna Guerreiro diferente dos outros filmes que abordam este tema é o fato de ele mostrar irmãos lutando no ringue, um contra o outro, para resolver antigas pendências familiares. O’Connor, antes de realizar uma obra que explora o combate direto entre seus protagonistas como foco principal, faz disso apenas o pano de fundo. A luta maior é enfrentado por cada um deles internamente e ambos têm na figura do pai o motivo e a solução dos atritos. A interpretação de Nolte, que lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante, é primorosa. Ela transita com muita sutileza por um terreno minado e é o ponto alto do filme.
GUERREIRO (Warrior – EUA 2011). Direção: Gavin O’Connor. Elenco: Tom Hardy, Joel Edgerton, Nick Nolte, Jennifer Morton, Kevin Dunn e Frank Grillo. Duração: 140 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.

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