Estamos em 2027. Sem que ninguém saiba a razão, as mulheres do planeta não conseguem mais engravidar. O último ser humano que nasceu tem 18 anos e acabou de morrer. Neste mundo, o homem não consegue mais se reproduzir. Isso destrói seu futuro e deixa o presente sem sentido algum. As coisas se complicam mais ainda quando uma mulher finalmente aparece grávida. Cabe a Theo (Clive Owen) conduzi-la a um lugar seguro para que o bebê possa nascer. Uma missão que se revela das mais difíceis. Não é por acaso que o nome da personagem de Owen é “Deus”, em grego. Dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, Filhos da Esperança é uma adaptação do livro Children of Men, da escritora inglesa P.D. James. Cuarón é um diretor de forte apelo visual. Ele nos passa a sensação de que aquele mundo existe mesmo. Trata-se de uma ficção-científica sem apelos fáceis, feita para espectadores pensantes. Um filme inquietante e perturbador que nos faz avaliar melhor algumas posturas que costumamos tomar no nosso dia-a-dia, muitas vezes sem ponderação. Um filme que nos provoca e ao qual não conseguimos ficar indiferentes. E isso é muito salutar.