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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

ENCONTROS E DESENCONTROS

Optar pela carreira de diretor de cinema já revela em si uma jornada árdua pela frente. Se você carregar um sobrenome importante da sétima arte, o percurso tende a ser mais pesado ainda. Se você for mulher e além disso tiver trabalhado como atriz em um filme do “papai” famoso em um papel que todos massacraram, esqueça. Talvez seja melhor escolher outra profissão. Felizmente, Sofia Coppola, filha de Francis Ford, não seguiu esse conselho. Em seu segundo trabalho como roteirista e diretora, Encontros e Desencontros conta a história de Bob Harris (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson), dois americanos em Tóquio. Ele é um decadente ator que está na cidade para filmar um comercial de uísque. Ela acompanha o marido, um fotógrafo que se ocupa demais com trabalho e pouco com o casamento. A solidão e o fato de estarem em uma cidade desconhecida e com um idioma completamente diferente termina por aproximar os dois, que estão no mesmo hotel. O título original, Lost in Translation, ou seja, “perdido na tradução”, refere-se a dificuldade das personagens de serem compreendidas, mesmo quando contam com a ajuda de um tradutor. Sofia Coppola vem se revelando uma autora de cinema. Basta analisar sua obra para constatar que ela fala sobre deslocamentos. Suas personagens estão sempre deslocadas e perdidas. Ela também faz filmes de difícil rotulação. Difícil dizer qual o gênero de Encontros e Desencontros . O filme tem elementos de comédia, drama e romance. É tudo isso e muito mais. Com o casal central, Murray e Johansson, esbanjando química e precisão em cena, só nos resta acompanhá-los. Não se trata de um filme fácil. Ele não permite meio-termo. Sofia, com sensibilidade e sutileza, explora momentos de descobertas importantes na vida de suas personagens e nos faz perceber que a vida é repleta de situações aparentemente simples, mas que fazem toda a diferença.
ENCONTROS E DESENCONTROS (Lost in Translation – EUA 2003). Direção: Sofia Coppola. Elenco: Bill Murray, Scarlett Johansson, Giovanni Ribisi, Anna Faris e Akiko Takeshita. Duração: 104 minutos. Distribuição: Universal.

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Uma resposta

  1. Um ótimo filme que consegue transmitir a solidão e angustia dos personagens, assim como sua busca por uma alternativa, uma bóia de salvação, e assim é impossível não se identificar com eles em vários momentos.

    JOPZ

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