Donnie Darko marca duas estreias: a de Richard Kelly na direção de um longa e a de Drew Barrymore na produção de um filme. Diz a lenda que Kelly recebeu apenas nove mil dólares para dirigir o roteiro que ele tinha escrito. O orçamento, de menos de cinco milhões de dólares, é muito baixo para os padrões americanos. A primeira coisa que chama a atenção em Donnie Darko é que se trata de um filme difícil de ser classificado. Há muitos gêneros misturados na história de Donnie (Jake Gyllenhaal), um jovem brilhante e excêntrico que cursa o ensino médio e despreza a maioria dos seus colegas de escola. Ele tem visões. A principal delas é um coelho gigante. Certo dia, Donnie escuta que o mundo irá se acabar no prazo de um mês. No começo ele não acredita na profecia, até que uma turbina de avião cai em sua casa e quase o mata. Kelly conseguiu algo raro para um estreante: criou uma obra cult e influente. Donnie Darko é um filme estranho e envolvente, onde a história te leva por caminhos inesperados e surpreendentes. Além do roteiro criativo e do ótimo elenco composto por atores novos e veteranos, o filme conta ainda com um clima surreal reforçado pela fotografia e tem uma trilha sonora marcante. Em resumo, Donnie Darko não permite meio termo. Ou se gosta ou se detesta. Uma curiosidade: os atores Jake e Maggie Gyllenhaal, que fazem os irmãos Donnie e Elizabeth no filme, são irmãos na vida real.