O roteirista e diretor Jeremy Leven, em seu filme de estréia, conseguiu aquilo que muitos veteranos passaram a vida tentando: ter o mito Marlon Brando no elenco. Na época, ele estava imensamente gordo, mas, como bem sabemos, Brando está acima do bem e do mal e transborda, sempre, muito charme e talento. Ao lado de Johnny Depp, fica a impressão de que ele finalmente encontrou um sucessor. Tudo começa quando um jovem que diz ser Don Juan, o lendário conquistador de mais de mil mulheres, está prestes a cometer suicídio. Brando, o mais respeitado psiquiatra do hospital local é chamado para tentar fazê-lo mudar de ideia. A primeira aparição dele é impagável. Ao esbarrar num policial conhecido, tão gordo quanto ele, seu comentário é o seguinte: “Parece que somos clientes da mesma padaria”. Em todo o filme, ele brinca com a sua gordura. Casado com a sempre bela Faye Dunaway, ao longo das sessões com Don Juan, ele ouve as histórias do paciente e vai, aos poucos, redescobrindo a paixão que sempre sentiu pela esposa. O filme mistura com delicadeza sonho e realidade. O diretor/roteirista realiza uma fábula romântica moderna. Não se trata de uma obra-prima, mas, o filme tem encanto e exige apenas que o espectador embarque sem restrições na proposta. A trilha sonora é de autoria de Paco De Lucia e a música-tema, Have You Ever Really Loved a Woman, interpretada por Bryan Adams, tocou bastante nas rádios brasileiras. Don Juan De Marco tem um apelo especial junto ao público feminino. As mulheres costumam convidar seus companheiros para assistir ao filme, na esperança de que eles, assim, como o médico vivido por Brando, envolvam-se também na magia da história de Don Juan e tornem-se outra vez amantes apaixonados. É aquele tipo de filme ideal para se ver a dois.
DON JUAN DE MARCO (Don Juan De Marco – EUA 1995). Direção: Jeremy Leven. Elenco: Marlon Brando, Faye Dunaway, Johnny Depp, Rachel Ticotin, Geraldine Pailhas, Richard Sarafian e Carmen Argenziano. Duração: 95 minutos. Distribuição: PlayArte.
Uma resposta
gente, as cenas em que o Marlon Brando fica se esforçando para reacender a chama na esposa e ela fica se justificando, falando um monte de doenças que ela tem, também é muito legal.