O pernambucano Gabriel Mascaro trabalha com cinema desde 2008, quando dirigiu o documentário KFZ-1348. A estreia em longas ficção ocorreu seis anos depois com Ventos de Agosto, que foi seguido de Boi Neon. Mascaro, também roteirista de seus filmes, vem conquistando prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Divino Amor, de 2019, é seu mais recente trabalho. O roteiro, assinado pelo diretor, junto com a produtora Rachel Daisy Ellis, além de Esdras Bezerra e Lucas Paraizo, nos leva a um Brasil distópico no ano de 2027. E lá conhecemos Joana (Dira Paes), que trabalha como escrivã em um cartório do governo. Na realidade mostrada há um poder fundamentalista de matriz religiosa dominado pela igreja que dá nome ao filme. Nesse contexto acompanhamos Joana, que nutre o desejo de ter um filho. As dúvidas que ela carrega em decorrência de seu trabalho se agravam com uma situação inusitada que acontece. Nesse turbilhão de emoções, Joana se vê numa complexa encruzilhada onde seu casamento e sua fé são questionados. Divino Amor é um filme incômodo. No bom sentido, convém esclarecer. Mascaro faz uso de uma metáfora futurista para alertar-nos sobre eventos e posturas que ocorrem em nosso presente e que poderão se refletir em rotina nos anos que estão por vir.
DIVINO AMOR (Brasil 2019). Direção: Gabriel Mascaro. Elenco: Dira Paes, Júlio Machado, Emílio de Mello, Teca Pereira, Thalita Carauta e Mariana Nunes. Duração: 101 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.