Quando o cineasta brasileiro Walter Salles decidiu contar em filme um período da vida do jovem Ernesto Guevara, ele não pensou que seu trabalho fosse envolver meio mundo. A produção foi “abraçada” por nada menos que oito países e o elenco é composto por atores de diversos países latino-americanos. O filme é baseado nos relatos escritos por Guevara e por seu amigo e companheiro de viagem Alberto Granado. A história tem início em 1952, quando o futuro líder da Revolução Cubana era um jovem estudante de medicina em Buenos Aires. Ernesto e Alberto viajam pela América do Sul em uma velha moto, La Poderosa. Essa transformadora viagem permite a ambos entender a verdadeira realidade que os rodeia. O grande trunfo deste filme é estabelecer a gênesis de um mito sem sucumbir ou glorificar esse mito. O olhar carinhoso da câmara de Salles ao mostrar/descobrir um povo é comovente. Nos papéis principais temos os talentosos Gael García Bernal (Ernesto) e Rodrigo de la Serna (Alberto). Uma bela e reveladora viagem embalada por uma estupenda trilha sonora composta pelo Gustavo Santaolalla, cuja música-tema, Al Otro Lado Del Río, cantada por Jorge Drexler, ganhou o Oscar de melhor canção original em 2005.
DIÁRIOS DE MOTOCICLETA (Diarios de Motocicleta/The Motorcycle Diaries – Brasil/EUA/Argentina/Chile/Peru/Alemanha/França e Inglaterra – 2004). Direção: Walter Salles. Elenco: Gael García Bernal, Rodrigo de la Serna, Mercedes Morán, Jean Pierre Noher e Lucas Oro. Duração: 126 minutos. Distribuição: Buena Vista.
Respostas de 5
Um olhar carinhoso na América Latina, sobretudo em seu povo. Há momentos onde a câmera se deixa levar igualmente por fotografias de still, a revelar nossa alma, nossa face, que observa de frente o espectador. É como se fosse um jogo de espelhos: alí, na plateia, sou eu e não sou eu, ao mesmo tempo. Detalhe, Rodrigo de la Serna está absolutamente extraordinário. Um belo momento na cinematografia de Walter Salles.
Como Portugal gosta de ser óbvio em seus títulos, lá o filme se chama: Diários de Che Guevara. Comprei em DVD numa passagem por Lisboa.
Haahahahahhh…. O Cipriano trocou o nome………
é um daqueles filmes cativantes que conseguem nos capturar pelas imagens e pelo emocional. BUENISSIMO!
JOPZ
…e de fotografia!