Woodbridge Strong Van Dyke, ou simplesmente, W.S. Van Dyke, apesar do nome europeu era um típico americano da Califórnia. Ele começou a trabalhar no cinema em 1915, como assistente de direção de D.W. Griffith, no clássico O Nascimento de Uma Nação. No ano seguinte, fez o mesmo em Intolerância. A partir de 1917 passou à direção e realizou, em 25 anos atrás das câmeras, pouco mais de 90 filmes. Entre eles este belíssimo Deus Branco, que mistura ficção com documentário e foi codirigido pelo também americano Robert J. Flaherty, que vinha do bem-sucedido Nanook, o Esquimó, de 1922, um dos mais importantes registros documentais da sétima arte. O roteiro de Ray Doyle e Jack Cunningham se baseia no romance de Frederick O’Brien e nos conta a história do dr. Matthew Lloyd (Monte Blue), um médico alcoólatra que vive em uma paradisíaca ilha da Polinésia e se revolta contra a exploração dos nativos pelo homem branco. A estupenda fotografia de Clyde De Vianna, premiada com o Oscar da categoria é realmente deslumbrante. Assim como a primorosa direção de Van Dyke, conhecido por filmar as cenas na primeira tomada. Não dá para esquecer também o desempenho convincente do elenco, em especial, o do versátil Monte Blue, que, assim como o diretor, apesar do nome, nasceu nos Estados Unidos e se chamava Gerard Montgomery Blue.
DEUS BRANCO (White Shadows in the South Seas – EUA 1928). Direção: W.S. Van Dyke e Robert J. Flaherty. Elenco: Monte Blue, Raquel Torres, Robert Anderson, Renee Bush e Dorothy Janis. Duração: 88 minutos. Distribuição: Warner.