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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

CRIATURAS DA MENTE

O cineasta pernambucano Marcelo Gomes tinha acabado de iniciar uma de suas mais complexas produções, Retrato de Um Certo Oriente, quando foi obrigado a suspender tudo por conta da pandemia da Covid-19. Aquela parada forçada fez com que ele se desse conta, pouco tempo depois, que ele não conseguia sonhar mais. Desprovido da matéria prima de qualquer artista, afinal, como bem disse Orson Welles, “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho”. Não por acaso a frase abre Criaturas da Mente, documentário dirigido por Gomes a partir de suas pesquisas e curiosidades sobre o sonhar. Ele chegou aos estudos do neurocientista Sidarta Ribeiro, professor da UFRN, em Natal, e autor de livros sobre o assunto. A abordagem aqui é bastante pessoal. O próprio diretor está no centro de tudo. E isso não se limita apenas à narração. Apesar de o filme ter em seu centro a figura de Sidarta, é a busca de Marcelo por respostas às suas angústias que conduzem a narrativa. O mais interessante aqui é o fato de o cineasta fugir completamente do lugar-comum. Seria extremamente fácil e até mesmo legítimo se apoiar no cientificismo ou mesmo em crenças religiosas a respeito do tema apresentado. Mas não é isso o que acontece em Criaturas da Mente. O que faz toda a diferença. Sonhos não essenciais em nossas vidas e a obra de Marcelo Gomes é essencial para o cinema brasileiro. Ou melhor dizendo, para o mundo inteiro.

CRIATURAS DA MENTE (Brasil 2024). Direção: Marcelo Gomes. Documentário. Duração: 85 minutos. Distribuição: Bretz Filmes.

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