Quando eu vi o trailer de Conclave, a primeira coisa que me veio à mente foram algumas falas de Michael Corleone em O Poderoso Chefão: Parte III. Quando vi o filme, tive a certeza de que aquela associação inicial que tive fazia todo sentido. Especialmente duas frases: “Não faça nada. Mantenha sua boa fechada e seus olhos abertos” e “A política italiana convive com esses homens há séculos. Eles são a verdadeira Máfia”. Conclave é dirigido pelo alemão Edward Berger e teve o roteiro escrito por Peter Straughan, a partir do livro homônimo de Robert Harris. Berger chamou a atenção do mundo quando dirigiu, em 2022, o premiado Nada de Novo no Front. A história aqui gira em torno de uma reunião do colégio de cardeais da Igreja Católica para decidir quem será o novo papa. Lawrence (Ralph Fiennes) tem a incumbência de conduzir o processo de votação e precisa lidar com intrigas e correntes ideológicas bem distintas representadas nas figuras de Bellini (Stanley Tucci), Tremblay (John Lithgow), Tedesco (Sergio Castellitto) e Adeyemi (Lucian Msamati). O que esperar de um filme assim? A impressão inicial é a de que se trata de uma história com extensos e monótonos diálogos. Ledo engano. O clima aqui é tenso e o ambiente dos mais agressivos e imprevisíveis. Michael Corleone tinha mesmo razão.
CONCLAVE (Inglaterra/EUA 2024). Direção: Edward Berger. Elenco: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Isabella Rossellini, Lucian Msamati, Sergio Castellitto, Brían F. O’Byrne e Carlos Diehz. Duração: 120 minutos. Distribuição: Diamond Films.