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CODED BIAS

Coincidentemente a Netflix produziu dois documentários em 2020 que, apesar de não terem ligação alguma se complementam no tema abordado. O primeiro é O Dilema das Redes, de Jeff Orlowski, que trata da manipulação dos algoritmos e o outro é este Coded Bias, também conhecido como Preconceito Codificado, dirigido pela norte-americana filha de indianos Shalini Kantayya. Aqui, ela parte de uma descoberta feita pela pesquisadora Joy Buolamwini, do MIT Media Lab, que constatou que a maioria dos programas de reconhecimento facial não faz a identificação com a devida precisão de rostos de pele mais escura e a mesma falha ocorre com os rostos de mulheres. O algoritmo, portanto, além de racista é misógino. O mais interessante é que Kantayya não se limita a essa única questão e expande o escopo de seu documentário para outros pontos relevantes como a garantia de direitos civis em um mundo em que os governos estão cada vez mais invadindo a privacidade de cidadãs e cidadãos. Coded Bias é, antes de tudo, um alerta para os cuidados que devemos tomar diante de avanços tecnológicos úteis, porém, bastante invasivos se utilizados de maneira incorreta. Em tempo: Rede de Ódio, dirigido também em 2020 pelo polonês Jan Komasa e com distribuição da mesma Netflix, trata de temática semelhante. A única diferença é ser uma obra de ficção, porém, bem próxima da realidade.

CODED BIAS (EUA/China/Inglaterra 2020). Direção: Shalini Kantayya. Documentário. Duração: 86 minutos. Distribuição: Netflix.

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