A cineasta norte-americana Kathryn Bigelow estava há oito anos sem dirigir e este Casa de Dinamite, de 2025, meio que fecha uma trilogia informal envolvendo guerras, conflitos e tensões extremas. Depois de Guerra ao Terror, de 2008, que lhe rendeu o Oscar de direção, e A Hora Mais Escura, de 2012, o novo filme encerra um ciclo dos mais interessantes em analisar a presença bélica dos Estados Unidos no mundo. O roteiro de Noah Oppenheim concentra a ação em torno das investigações a partir da Sala de Situação da Casa Branca, além de outros postos de observação ao redor do planeta ligados às forças armadas americanas que identificam a possibilidade de um ataque. Tem início então uma corrida contra o tempo para descobrir os responsáveis e definir o que fazer. O elenco quilométrico e a montagem frenética potencializam o clima tenso presente da primeira à última cena. Bigelow, fiel ao seu estilo realista, nos brinda com uma obra claustrofóbica, daquelas que faz a gente roer as unhas sem parar. Além disso, o ritmo da narrativa passa a sensação de tudo estar acontecendo em tempo real, o que causa, pelo menos causou em mim, um sentimento de completo desalento. E isso é mais uma prova de sua força e pertinência.
CASA DE DINAMITE (A House of Dynamite – EUA 2025). Direção: Kathryn Bigelow. Elenco: Rebecca Ferguson, Idris Elba, Greta Lee, Jared Harris, Gabriel Basso, Tracy Letts, Anthony |Ramos, Moses Ingram, Jason Clarke e Willa Fitzgerald. Duração: 112 minutos. Distribuição: O2 Play/Netflix.







