Em pouco mais de 15 anos de carreira, o roteirista e diretor norte-americano Alex Ross Perry realizou 25 trabalhos audiovisuais. Boa parte deles vídeos musicais, além de episódios de séries de TV e oito filmes para cinema. Cala a Boca Philip foi seu terceiro longa, que ele escreveu e dirigiu em 2014. A ação, ou melhor, tudo aqui gira em torno de Philip Lewis Friedman (Jason Schwartzman), um jovem escritor de temperamento difícil, egocentrado e em crise. O relacionamento dele com Ashley (Elisabeth Moss) está por fio, sem contar a tensão pela demora da publicação de seu segundo romance. Em meio a esse turbilhão de emoções, Philip conhece seu ídolo, o também escritor Ike Zimmerman (Jonathan Pryce), que o convida para ficar um tempo em sua casa de campo. O filme apresenta um visual que remete aos filmes dos anos 1970, bem como os diálogos lembram bastante os de Woody Allen. A construção da personagem principal é cuidadosa e Schwartzman é irritantemente carismático em sua interpretação. Além, óbvio, dos sempre competentes Moss e Pryce. Cala a Boca Philip é uma obra que se sustenta essencialmente na força de seu roteiro e desenvolve sua narrativa de maneira tão eficiente que em muitos momentos temos (pelo menos eu tive), uma forte vontade de gritar alto o título do filme para a personagem do título. E isso é um elogio.
CALA A BOCA PHILIP (Listen Up Philip – EUA 2014). Direção: Alex Ross Perry. Elenco: Jason Schwartzman, Elisabeth Moss, Jonathan Pryce, Krysten Ritter, Josephine de la Baume, Jess Weixler e Eric Bogosian. Duração: 108 minutos. Distribuição: Zeta Filmes/MUBI.
