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CABEÇA DE NÊGO

O roteirista e diretor cearense Déo Cardoso é cria do Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura, localizado em Fortaleza. Ele também é mestre em Cinema pela Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. Após realizar cinco curtas e dois documentários, Cardoso estreou na direção de longas com este Cabeça de Nêgo, que foi contemplado em 2016 pelo Edital de Baixo Orçamento Afirmativo da Ancine. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, gira em torno de Saulo (Lucas Limeira) que reage após sofrer um insulto racista na sala de aula. O professor, ao invés de lhe dar razão, o manda para a diretoria da escola. Inspirado por ações dos Panteras Negras americanos, ele se recusa a sair da sala, onde permanece, mesmo após o término do turno. Na sequência, Saulo inicia postagens nas redes sociais expondo as muitas falhas daquela instituição de ensino. Temos em Cabeça de Nêgo um cinema engajado ao abordar a temática racial que passa, e não poderia ser diferente, por questões políticas e sociais. O elenco, quase todo composto por jovens atrizes e atores desconhecidos, confere um forte senso de realismo que muito favorece a história que está sendo contada. À medida que assistia ao filme só conseguia me lembrar de versos da música Perfeição, do Legião Urbana: “Vamos celebrar a estupidez humana. A estupidez de todas as nações. Vamos celebrar a estupidez do povo. Nossa polícia e televisão. Vamos celebrar nosso governo. E nosso Estado, que não é nação. Celebrar a juventude sem escola. Celebrar nossa desunião”.

CABEÇA DE NÊGO (Brasil 2021). Direção: Déo Cardoso. Elenco: Lucas Limeira, Nicoly Mota, Jessica Ellen, Carri Costa, Jenniffer Joingley, Val Perré, Mayara Braga, Larissa Góes e Mateus Honori. Duração: 86 minutos. Distribuição: Corte Seco Filmes.

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