Não sei você, mas sempre que eu me deparo com algum filme de um país que normalmente não tem lançamento regular por aqui, não deixo de conferir. Foi assim em 2014, quando eu vi Timbuktu, uma obra da Mauritânia dirigida por seu cineasta maior, Abderrahmane Sissako. Dez anos depois temos um novo filme dele, Black Tea: O Aroma do Amor, uma coprodução de seu país natal junto com França, Taiwan e Luxemburgo. O roteiro, escrito pelo próprio diretor junto com Kessen Tall, nos apresenta Aya (Nina Melo), uma mulher da Costa do Marfim que diz “não” ao noivo no dia do casamento e se muda para a China. Lá ela vem a conhecer Cai (Han Chang), dono de uma casa de chás e se envolve com ele. No entanto, pendências no passado tanto de Aya quanto de Cai testam a força desse novo relacionamento. Black Tea, ou “chá preto” em bom português, não é um filme para ser apreciado de maneira apressada. Sei ritmo segue a rotina da degustação de diferentes tipos de chá, como vemos em algumas cenas entre Aya e Cai. Outro ponto que merece atenção diz respeito aos diferentes idiomas falados aqui, do mandarim ao francês, passando pelo inglês e até português, já que há uma sequência na ilha do Cabo Verde. Ficou curioso? Acredito que sim. Assim como eu fiquei.
BLACK TEA: O AROMA DO AMOR (Black Tea – Mauritânia 2024). Direção: Abderrahmane Sissako. Elenco: Nina Melo, Han Chang, Ke-Xi Wu, Michael Chang, Pei-Jen Yu, Wei Huang e Zhi-Ying Zhu. Duração: 110 minutos. Distribuição: Imovision.