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BICHO DE SETE CABEÇAS

Primeiro longa da diretora Laís Bodanzky e do ator Rodrigo Santoro. Baseado no livro autobiográfico Canto dos Malditos, de Austregésilo Carrano Bueno. Conta a história de Neto (Santoro), um jovem que é internado em um hospital psiquiátrico, após seu pai (Othon Bastos) encontrar um cigarro de maconha no bolso do casaco do filho. A vida de Neto no hospício se transforma então em uma viagem ao inferno. Laís Bodanzky, junto com seu marido, o roteirista Luiz Bolognesi, a partir dessa relação conturbada entre pai e filho, discute o problema das drogas e a forma como são tratados os doentes mentais em boa parte dos manicômios brasileiros. O que existe, antes de tudo, é o clássico conflito de gerações. Neto é igual a qualquer outro jovem de uma cidade grande. O pai, por sua vez, não entende algumas atitudes do filho, como por exemplo, usar brinco e pichar muros. Os dois raramente conversam e o cigarro de maconha encontrado é a gota d’água que faltava para justificar todos os temores do pai. Com sensibilidade, humanidade e uma condução quase documental, no sentido em que passa uma veracidade bem palpável, Bicho de Sete Cabeças toca em uma ferida cada vez mais presente no dia-a-dia de inúmeras famílias. E tem a inteligência de não ser moralista nem panfletário. Nunca perdendo o foco da jornada vivida por Neto. O filme, historicamente, marca o surgimento de uma grande diretora e de um grande ator.
BICHO DE SETE CABEÇAS (Brasil 2001). Direção: Laís Bodanzky. Elenco: Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss, Luís Miranda, Jairo Mattos, Caco Ciocler e Gero Camilo. Duração: 74 minutos. Distribuição: Sony.

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Respostas de 3

  1. Uma obra socialmente importante. Tão importante que gerou uma reforma na forma como os hospitais psiquiátricos levavam suas rotinas – e em tempo: esqueceram de avisar à Globo quando atualizaram a micronovela “O Astro”, que ainda mostra o sistema psiquiátrico dessa forma abordada no filme. Por fim, é uma obra que revela uma das faces mais importantes da Sétima Arte: a promoção humana.

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