A carreira do diretor britânico Michael Gracey no audiovisual começou na área dos efeitos especiais, depois passou para a direção de vídeos musicais e chegou aos longas-metragens para cinema. De uma certa forma, a cinebiografia Better Man: A História de Robbie Williams, que ele dirigiu em 2024, contempla todas as etapas da trajetória dele. Afinal, trata-se de um filme sobre um cantor com muitas de suas canções e carregado de efeitos especiais, uma vez que Robbie Williams é apresentado como um macaco. Duas frases do cartaz destacam isso: “a fama nos faz a todos macacos” e “a extraordinária evolução de Robbie Williams”. Foi utilizado aqui o recurso de captura de desempenho, onde um ator, no caso Jonno Davies, tem seu rosto cheio de pronto eletrônicos que são escaneados e depois cobertos no computador pela imagem de um símio que reproduz os movimentos do ator. É o mesmo processo usado para criar o Gollum, de O Senhor dos Anéis, por exemplo. O filme nos mostra a jornada de Williams em ordem cronológica a partir de sua infância até a consagração na carreira solo após os cinco anos em que participou do grupo vocal Take That. Confesso que não esperava muito de uma obra sobre a trajetória de um cantor que tenho cá minhas reservas. Para minha surpresa, a obra de Gracey superou positivamente minhas expectativas. O ritmo é frenético e as coreografias das canções são ousadas e bem inventivas. Mesmo que você não seja fã de Robbie Williams, como é meu caso, a história é bastante interessante e a forma como ela é contada foge do convencional. E isso é muito bom. Em tempo: Curiosamente, Gracey esteve envolvido em outra boa e criativa cinebiografia, Rocketman, de 2019, sobre Elton John, onde atuou como um dos produtores.
BETTER MAN: A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS (Better Man – Inglaterra 2024). Direção: Michael Gracey. Elenco: Jonno Davies, Steve Pemberton, Kate Mulvany, Alison Steadman, Frazer Hadfield, Damon Herriman e Raechelle Banno. Duração: 135 minutos. Distribuição: Diamond Films.