E-BOOK

CINEMARDEN VAI AO OSCAR

BABYGIRL

A holandesa Halina Reijn trabalhou por quase três décadas como atriz até decidir escrever e dirigir filmes. Isso ocorreu em 2019, quando realizou Instinto. Cinco anos depois ela nos apresenta Babygirl, seu terceiro longa. À frente do elenco, Nicole Kidman, que ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza de 2024 por este papel. Ela é Romy, uma bem-sucedida empresária insatisfeita com sua vida sexual que se envolve com Samuel (Harris Dickinson), seu estagiário. À primeira vista pode parecer se tratar de um drama erótico, tipo Nove Semanas e Meia de Amor, por exemplo. Mas não é bem isso. O que temos em Babygirl, na verdade, são jogos de poder. Você pode perguntar a razão de Romy embarcar nessa aventura, já que ela tem uma família legal com o marido Jacob (Antonio Banderas) e as filhas Isabel (Esther McGregor) e Nora (Vaughan Reilly). O que vemos nas primeiras cenas deixa evidente o que se passa na cabeça dela. Romy é uma mulher que lutou muito para conquistar sua posição. Ao mesmo tempo, a roteirista/diretora expõe as fragilidades de sua protagonista e como ela lida com isso. Há um certo grau de erotismo, mesmo que comportado, é verdade. Mas não é, efetivamente, o que se discute aqui. Há algo maior em discussão. E é aí que o filme não se aprofunda como poderia. Uma mulher poderosa no trabalho e bastante carente em certas questões íntimas e pessoais. A maneira como essa dualidade é abordada enfraquece a premissa apresentada, sem contar que não há química alguma entre Romy e Samuel. Essa falha, em histórias assim, é fatal.    

BABYGIRL (Holanda/EUA 2024). Direção: Halina Reijn. Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Antonio Banderas, Sophie Wilde, Vaughan Reilly e Esther McGregor. Duração: 114 minutos. Distribuição: Diamond Films.

COMPARTILHE ESSA POSTAGEM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

MAIS POSTAGENS

ASSINE E RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES