A personagem Isobel, vivida por Megan Stalter, diz à certa altura do filme Às Vezes Quero Sumir que é difícil ser uma pessoa. Em um dado momento, Robert (Dave Merheje) fala para Fran (Daisy Ridley) que gosta dela, que quer conhece-la, mas ela não deixa e ele não sabe o que fazer. Dirigido por Rachel Lambert, a partir de um roteiro de Stefanie Abel Horowitz e Katy Wright-Mead, adaptado da peça Killers, de Kevin Armento, temos aqui uma história bastante intimista que gira em torno da já citada Fran, uma mulher que pensa continuamente em morrer. Não que ela tenha alguma tendência suicida. Longe disso. Ela leva uma vida bastante solitária e de pouquíssimo contato com outras pessoas. Inclusive no ambiente de trabalho. Tudo parece mudar com a chegada de Robert, novo funcionário da empresa. Às Vezes Quero Sumir aborda com delicadeza um tema complexo e que costuma gerar polêmica: a depressão. E o desempenho preciso de Daisy Ridley à frente do elenco é intenso e sutil ao mesmo tempo ao expor a fragilidade dessa mulher ao enfrentar seus demônios interiores. Lambert dosa muito bem a tênue linha entre o drama introspectivo e o humor involuntário que aparece em certos momentos. A diretora consegue que torçamos para que Fran supere tudo isso e siga em frente sem que, momento algum, tenhamos pena dela. E isso não é pouco.
ÀS VEZES QUERO SUMIR (Sometimes I Think About Dying – EUA 2023). Direção: Rachel Lambert. Elenco: Daisy Ridley, Dave Merheje, Parvesh Cheena, Marcia DeBonis, Megan Stalter, Brittany O’Grady e Bree Elrod. Duração: 91 minutos. Distribuição: Synapse Distribution.