Clint Eastwood esperou completar 40 anos de carreira para mostrar seu lado romântico. Depois de muitos policiais e caubóis, ele dirigiu filmes sensíveis, pessoais e bem acabados. Neste As Pontes de Madison, ao lado de Meryl Streep, ele se revela apaixonado. O filme conta os quatro dias de amor intenso vivido por Francesca e Robert. Ela, uma dona de casa desiludida por não ter realizado seus sonhos de juventude. Ele, um fotógrafo da National Geographic, cidadão do mundo e de bem com a vida. Eastwood soube escapar das armadilhas de um romance “água com açúcar” e realizou um filme doce, sim, mas que não representa perigo para os “diabéticos”. O ator-diretor explora bem os silêncios e os detalhes. Sua direção está impecável e, talvez por ter caprichado tanto nela, seu trabalho como ator, depois de um certo ponto, fica devendo um pouco. Quem domina mesmo o filme é Meryl Streep, em um papel feito sob medida. Como Francesca, ela acrescenta mais um sotaque à sua extensa coleção. Seus gestos, simples e precisos, expressam toda a paixão que a personagem sente.
AS PONTES DE MADISON (The Bridges of Madison County – EUA 1995). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley, Victor Slezak, Jim Haynie, Kyle Eastwood, Phyllis Lyons e George Orrison. Duração: 134 minutos. Distribuição: Warner.
Uma resposta
Um filme de grande tensão e sensualidade, mas sem repetir as cenas de outras histórias feitas por Demi Moor (Proposta Indecente) ou Sharon Stone (Instinto Selvagem), por exemplo. Considero “AS PONTES DE MADISON” um filme com consistência, se é que me entende.