Quem poderia imaginar que uma das melhores adaptações do livro Emma, da escritora inglesa Jane Austen, fosse As Patricinhas de Beverly Hills? Apesar de sua diretora e roteirista, Amy Heckerling, não ter colocado esta informação nos créditos de abertura, a referência é feita no final. Aí vem a pergunta: uma trama que se passa na Inglaterra vitoriana funciona na Califórnia do presente? Neste caso, a resposta é: muito bem, obrigado! Cher (Alicia Silverstone) é jovem, rica, bonita, cheia de glamour e popularidade. E ela tem um propósito. Unir casais. Só que, em se tratando de amor, nem sempre a lógica prevalece. Aliás, cabe aqui um elogio ao título nacional, que é bem melhor que o original Clueless, algo como “sem rumo” ou, de acordo com as gírias do filme, “burro”. E gírias é o que não falta aqui. Todas elas bem engraçadas e criativas. As Patricinhas de Beverly Hills prova que é possível realizar uma comédia adolescente a partir de matéria-prima clássica sem ferir nossa inteligência. Em tempo: um ano após seu lançamento, o filme virou uma série de TV que teve três temporadas.
AS PATRICINHAS DE BEVERLY HILLS (Clueless – EUA 1995). Direção: Amy Heckerling. Elenco: Alicia Silverstone, Paul Rudd, Stacey Dash, Britanny Murphy, Dan Hedaya, Donald Faison, Breckin Meyer, Jeremy Sisto e Wallace Shawn. Duração: 97 minutos. Distribuição: Paramount.