Penúltimo filme do cineasta inglês Alan Parker, As Cinzas de Angela é baseado no romance homônimo e autobiográfico de Frank McCourt, vencedor do prêmio Pulitzer. O roteiro, adaptado pelo próprio diretor, junto com Laura Jones, começa no ano de 1935, quando uma família irlandesa, ao contrário do que acontecia na época com seus conterrâneos, vai embora dos Estados Unidos de volta para a Irlanda. Angela (Emily Watson), seu marido Malachy (Robert Carlyle) e os quatro filhos enfrentam condições de completa miséria, agravada pelo desemprego e alcoolismo do pai. Essa triste história nos é contada pelo olhar de Frank, vivido em diferentes tempos pelos atores Joe Breen, Ciaran Owens e Michael Legge. A expectativa do estúdio era alta, afinal, o livro era um sucesso editorial traduzido em mais de 25 países. No entanto, o filme fracassou nas bilheterias. Apesar do ótimo elenco e da direção segura de Parker, algo não funcionou adequadamente nessa adaptação. Parte desse problema pode ser creditado ao roteiro, que falha em trabalhar melhor certas passagens da trama. Além disso, a direção de arte, mesmo primorosa como é, e quem sabe até por essa razão, é perfeita demais e passa, pelo menos para mim, a sensação de irrealidade. Mas isso, de maneira alguma justifica o fraco desempenho obtido pelo filme.
AS CINZAS DE ANGELA (Angela’s Ashes – EUA/Inglaterra 1999). Direção: Alan Parker. Elenco: Emily Watson, Robert Carlyle, Joe Breen, Ciaran Owens, Michael Legge, Pauline McLynn, Liam Carney e Eanna MacLiam. Duração: 145 minutos. Distribuição: Universal.
