O pessoal da sucursal brasileira da Paramount não resistiu à chance de criar um subtítulo para Apollo 13. Além do título original, temos o pomposo e ridículo complemento de “do desastre ao triunfo”. Algo desnecessário, para não dizer, piegas. Dirigido por Ron Howard, o filme conta a história real do fracassado vôo do foguete da NASA que foi lançado ao espaço, sofreu uma explosão no tanque de oxigênio e ficou perdido em órbita da Terra por quatro dias. Três astronautas participavam da missão: Jim Lovell (Tom Hanks), Jack Swigert (Kevin Bacon) e Fred Haise (Bill Paxton). Tudo parecia perfeito, até ser dita a famosa frase “Houston, temos um problema”. O melhor de Apollo 13 é a maneira como a história é contada. Por se tratar de um fato real e de ser fiel ao que aconteceu, o filme teria tudo para se transformar em algo chato e previsível. Os roteiristas William Broyles Jr. e Al Reinert, com base no livro Lua Perdida, escrito por Jim Lovell, conseguiram encontrar boas soluções cinematográficas para transpor a trama para o cinema. O diretor Howard, por sua vez, quis que o filme fosse o mais real possível e dispensou o uso de computação gráfica. Os efeitos especiais, na maioria físicos, são imperceptíveis. Com sequências de puro suspense, Apollo 13 se sustenta e ganha força no lado humano de sua história. O filme é conduzido de maneira crescente. Todos já sabemos que o final será feliz. Mesmo quem não sabe, basta ter lido o subtítulo nacional. Howard soube explorar bem o fator humano e real que a trama tem. O drama das famílias aguardando notícias na Terra; os técnicos da NASA lutando contra o tempo; os astronautas perdidos em órbita do planeta. Apollo 13 enaltece aquilo que a humanidade tem de melhor: a solidariedade.