Em um país como a Itália, terra de mestres do quilate de Federico Fellini, Luchino Visconti, Vittorio De Sica, Roberto Rossellini e Sergio Leone, a concorrência é pesadíssima. Apesar disso, Ettore Scola nunca se intimidou e abriu caminho e se destacou com sua criatividade, sensibilidade e versatilidade. Dentre os filmes que dirigiu, e foram muitos, A Viagem do Capitão Tornado talvez seja o melhor exemplo de seu cinema. A partir do romance Le Capitaine Fracasse, de Théophile Gautier, o roteiro, escrito por Furio Scarpelli e pelo próprio Scola, conta uma história encantadora. A ação acontece na França, no ano de 1774. O Barão de Sigognac (Vincent Perez), deixa o castelo de sua família para seguir um grupo de artistas da Companhia Itinerante de Artes Cênicas, composta por Tyrant (Toni Ucci), Lady Leonarde (Lauretta Masiero), Serafina (Ornella Muti), Isabella (Emmanuelle Béart), Leandre (Massimo Wertmüller), Zerbina (Tosca D’Aquino), Matamore (Jean-François Perrier) e Pulcinella (Massimo Troisi). O destino: a corte do Rei Luís XIII, em Paris. Misturando comédia com música e romance, o filme ainda flerta com o drama e tem pitadas de erotismo. O elenco inteiro e os cenários e figurinos compõem um espetáculo único e arrebatador. Scola conhece como poucos o seu ofício. Em A Viagem do Capitão Tornado, ele declara seu amor ao teatro, em uma trama inesquecível carregada de paixão e encantamento.

A VIAGEM DO CAPITÃO TORNADO (Il Viaggio Di Capitan Fracassa – Itália 1990). Direção: Ettore Scola. Elenco: Ornella Muti, Massimo Troisi, Vincent Perez, Emmanuelle Béart, Lauretta Masiero, Toni Ucci, Massimo Wertmüller, Jean-François Perrier e Tosca D’Aquino. Duração: 132 minutos. Distribuição: Lume.