O americano Tay Garnett começou no cinema no início dos anos 1920 como roteirista e rapidamente migrou também para a direção. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira ele foi o que costumamos chamar de “pau para toda obra”. Nos anos 1950, com o crescimento da televisão, ele passou a trabalhar mais na telinha, onde permaneceu até 1970, quando retornou ao cinema e fez seus três últimos filmes. A Única Solução, de 1932, é uma de suas obras mais importantes. O roteiro de Wilson Mizner e Joseph Jackson, a partir de uma história original de Robert Lord, premiada com o Oscar da categoria. O filme nos apresenta um intenso drama envolvendo um casal durante uma viagem de navio. Joan Ames (Kay Francis) tem uma doença terminal e Dan Hardesty (William Powell) é um assassino condenado à morte. Os dois se conhecem e se apaixonam, sem saber do terrível segredo que cada um carrega. O título original é um achado, algo como “uma passagem de ida”. Garnett mistura aqui elementos de suspense e humor ao drama já estabelecido pela condição das personagens. E faz isso com maestria e o suporte de um elenco inspirado.
A ÚNICA SOLUÇÃO (One Way Passage – EUA 1932). Direção: Tay Garnett. Elenco: William Powell, Kay Francis, Aline MacMahon, Frank McHugh, Warren Hymer e Frederick Burton. Duração: 67 minutos. Distribuição: Warner.