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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

A PARTIDA

Existe uma frase que diz mais ou menos assim: “somente perto da morte é que descobrimos o verdadeiro valor da vida”. Essa máxima pode ser aplicada à experiência vivida por Daigo Kobayashi, personagem de Masahiro Motoki, no filme japonês A Partida. Na trama, Daigo, um ex-violoncelista, aceita trabalhar como nokanshi, uma espécie de agente funerário, porém, com outras atribuições. Ele responde a um anúncio de emprego no jornal, achando se tratar de uma agência de viagens. De uma certa forma, o entendimento dele não estava de todo errado. O trabalho aqui não diz respeito ao simples “preparar o enterro”. Vai muito além disso. Trata-se, antes de tudo, de deixar o morto mais bonito, mais “vivo” para sua última viagem e cumprimento do derradeiro ritual de passagem. Paralelo ao aprendizado das novas tarefas, Daigo enfrenta seus problemas internos, a relação mal resolvida com o pai, e também alguns externos, já que seus amigos e a esposa não aceitam sua nova função. A narrativa é clássica e linear, porém, aborda um tema pouco explorado pelo cinema e o trata de maneira tão respeitosa e sensível, que é impossível não nos envolvermos com a história, apesar de sua previsibilidade. Mas, cá entre nós, existe coisa mais previsível na vida do que a morte?
A PARTIDA (Okuribito – Japão 2008). Direção: Yojiro Takita. Elenco: Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki, Ryoko Hirosue, Kazuko Yoshiyuki, Kimiko Yo, Takashi Sasano, Genjitsu Shu, Tetta Sugimoto e Takao Toji. Duração: 133 minutos. Distribuição: Paris Filmes.

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Respostas de 2

  1. Eu assisti ao filme A Partida e posso dizer que se trata de uma história muito sensível.
    Indicada principalmente para aqueles que vivem reclamando da rotina das suas atividades, e da própria vida.
    A forma respeitosa como a morte é tratada nos faz perceber o valor de nossas vidas.

  2. Perdi a conta das vezes que assisti a esse FILME. Cada vez percebo a grandiosidade da “Mensagem” por trás de uma simples cena. Essa foto é algo de uma magnificência transcendental. Descobri-o por acaso, assistindo a uma entrevista do esplendoroso José Wilker no Programa do Jô Soares.
    Esse foi um dos motivos que ainda não sou 100% desGLOBOlizada – sinto muito, essa entrevista teria que ser exibida em horário “nobre”, mas Brasil é brasil – passa de madrugada, quando a grande massa esta dormindo.

    Link Jô Soares entrevista José Wilker 16/07/2010 (Parte 1 de 4)

    http://www.youtube.com/watch?v=-UtVN5CI2TM&feature=related

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