O excêntrico detetive belga Hercule Poirot foi criado, em 1921, pela escritora britânica Agatha Christie. Ele tornou-se, ao longo das décadas seguintes, em sua personagem mais conhecida e protagonizou cerca de 40 romances. Poirot ganhou popularidade ao estrelar inúmeras peças, séries de rádio, TV e filmes produzidos a partir de meados do século XX. Dois intérpretes se notabilizaram na pele do astuto investigador: Peter Ustinov, no cinema, e David Suchet, na televisão. Desde 2017 Kenneth Branagh vem produzindo, dirigindo e atuando em obras adaptadas de Christie. Primeiro com Assassinato no Expresso do Oriente. Depois com Morte no Nilo. E agora com este A Noite das Bruxas. O roteiro escrito por Michael Green tem por base o romance Festa de Halloween. Vemos Poirot aposentado em Veneza, na Itália. Isso até ser colocado em uma teia de misteriosas mortes que acontecem na noite que dá título ao filme. A trama envolve uma mãe (Kelly Reilly) que chama uma vidente (Michelle Yeoh) à sua mansão para que esta entre em contato com sua filha morta. Por insistência de uma amiga (Tina Fey), Poirot participa dessa reunião e espera-se que ele revele os truques da vidente. Mas tudo toma um rumo inesperado e caberá a Poirot não apenas solucionar os crimes, como também manter sua sanidade. Diferente do filme anterior, A Noite das Bruxas se resolve melhor ao focar mais no caso em si do que na vida do detetive. Branagh, extremamente à vontade no papel, tira proveito desse “conforto” e nos brinda com uma interpretação, digamos assim, mais sóbria e convencional, no bom sentido.
A NOITE DAS BRUXAS (A Haunting in Venice – EUA/Inglaterra/Itália 2023). Direção: Kenneth Branagh. Elenco: Kenneth Branagh, Tina Fey, Kelly Reilly, Jamie Dornan, Jude Hill, Camille Cottin, Kyle Allen, Ali Khan, Emma Laird, Riccardo Scamarcio e Michelle Yeoh. Duração: 103 minutos. Distribuição: Walt Disney Pictures.
