A Noite Americana, de François Truffaut, é um filme metalinguístico. Ele se utiliza da linguagem do cinema para falar sobre cinema. A trama tem fortes inspirações autobiográficas. No caso, a vida do próprio Truffaut, um dos cineastas criadores da Nouvelle Vague, movimento que renovou o cinema mundial, em geral, e o cinema francês, em particular. Ele escrevia sobre a sétima arte para a famosa revista Cahiers du Cinema, antes de escrever e dirigir filmes. Mas, o que é mesmo essa “noite americana”? Trata-se de um truque criado pelos americanos que consiste em filmar uma seqüência noturna de dia, ou seja, trocar o dia pela noite. Em inglês, esse recurso é chamado de day for night. No resto do mundo, é conhecido como “noite americana”. Truffaut escreveu o roteiro, produziu, dirigiu e também fez o papel do diretor do filme dentro do filme. Em A Noite Americana acompanhamos os altos e baixos de uma produção cinematográfica. É perfeito para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de conhecer um ambiente de filmagem. A história contada por Truffaut brinca com o que é real e com o que é ficção. Há momentos, é verdade, em que tudo se mistura e já não sabemos mais o que vale e o que não vale. Mas, aí reside todo o charme desta obra fundamental para aqueles que amam o cinema e desejam conhecer um pouco mais sobre esta arte. Simplesmente obrigatório.
A NOITE AMERICANA (La Nuit Américaine – França 1973). Direção: François Truffaut. Elenco: Jacqueline Bisset, Jean-Pierre Aumont, Alexandra Stewart, Valentina Cortese, Jean-Pierre Léaud e François Truffaut. Duração: 116 minutos. Distribuição: Warner e Versátil.