Confesso de imediato que não conhecia a compositora e flautista paulista Léa Freire antes de assistir ao documentário A Música Natureza de Léa Freire, feito em 2022, por Lucas Weglinski. Pouco antes, Weglinski havia resgatado, ao lado de Joaquim Castro, a trajetória dos 60 anos do Teatro Oficina, de José Celso Martinez Correa, em Máquina do Desejo. É preciso reconhecer que Zé Celso já era um artista estabelecido no imaginário do público. Não é o caso de Léa Freire, uma artista muito mais conhecida fora do Brasil do que aqui. Por transitar com facilidade pelo clássico e popular, Léa é comparada a nomes como Villa-Lobos, Tom Jobim e Hermeto Pascoal. O filme apresenta a trajetória dessa excepcional instrumentista em ordem cronológica desse sua infância, a partir de imagens do acervo pessoal da retratada, além dos depoimentos de pessoas que conviveram e convivem com ela, caso de Alaíde Costa, Amilton Godoy, Filó Machado e Keith Underwood. Mas A Música Natureza de Léa Freire vai mais longe ainda ao falar também de outras questões bem importantes como ser mulher em um mundo dominado por homens, muitos deles machistas e misóginos. Fiquei maravilhado com a vida e obra dessa talentosa artista e de quebra pude ouvir muitas de suas belas composições. Valeu demais.
A MÚSICA NATUREZA DE LÉA FREIRE (Brasil 2022). Direção: Lucas Weglinski. Documentário. Duração: 99 minutos. Distribuição: Descoloniza Filmes.