A Máquina é uma espécie de “transmídia”. Primeiro veio o livro, escrito por Adriana Falcão, em 1999. Depois veio a peça de teatro, adaptada e dirigida por João Falcão, marido de Adriana. Por fim, em 2006, o casal transformou a peça em filme. A trama se passa na fictícia cidade de Nordestina, onde o jovem Antonio, vivido pelo ator Gustavo Falcão, sobrinho do diretor, viaja até a cidade grande para buscar o mundo para sua amada Karina (Mariana Ximenes. Ela sonha ir embora para seguir carreira de atriz. Antonio participa de um programa de auditório, conduzido por um impagável Wagner Moura e promete no ar que fará uma viagem ao futuro. Se isso não der certo, a TV poderá mostrar sua morte ao vivo. O mais interessante no filme A Máquina é que ele consegue ser um perfeito híbrido de três linguagens diferentes: literatura, teatro e cinema. Estão lá elementos distintos de expressão convivendo harmoniosamente em prol de uma mesma história. Preste atenção no monólogo de Paulo Autran, que faz o Antonio do futuro. Só essa cena já vale o filme. Uma curiosidade, no teatro, a personagem principal foi interpretada simultaneamente por quatro atores: Wagner Moura, Lázaro Ramos, Vladimir Brichta e Gustavo Falcão. No filme, apenas Gustavo vive Antonio. Os outros três aparecem em participações especiais.