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A FEBRE

O cinema brasileiro nos trouxe no ano de 2019 dois excepcionais filmes tendo índios como protagonistas: Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora e João Salaviza; e este A Febre, primeira longa de ficção da cineasta Maya Da-Rin. Com roteiro da própria diretora, escrito junto com Miguel Seabra Lopes e Pedro Cesarino, somos apresentados a Justino (Regis Myrupu), um índio da tribo Desana, que vive em Manaus há 20 anos. Ele trabalha como segurança no porto local e sua filha Vanessa (Rosa Peixoto) é enfermeira em um posto de saúde. É visível o desconforto de Justino com sua rotina na cidade. Isso muda sempre que ele recebe a visita de seu irmão e sua cunhada. Parece que a presença deles reativa suas raízes indígenas. Outro momento marcante é quando ele coloca seu neto no colo e enquanto lhe dar comida, conta histórias de sua tribo, evocando a beleza e a riqueza da tradição oral. Recém-viúvo, ele enfrenta agora a proximidade da partida de Vanessa para estudar Medicina em Brasília. Talvez por isso ou quem sabe por conta de algo mais profundo, ele tenha desenvolvido uma inexplicável febre. Maya Da-Rin conduz sua narrativa com bastante sutileza e imprime o ritmo adequado para nos envolver e encontra na interpretação contida e ao mesmo tempo reveladora de Regis Myrupu o tom certo para enxergarmos sua alma e seus sonhos.

A FEBRE (Brasil/França/Alemanha 2019). Direção: Maya Da-Rin. Elenco: Regis Myrupu, Rosa Peixoto, Johnatan Sodré, Kaisaro Jussara Brito, Edmildo Vaz Pimentel, Anunciata Teles Soares e Lourinelson Wladmir. Duração: 98 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes/Netflix.

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