A francesa Maïwenn Le Besco, mais conhecida apenas por seu primeiro nome, iniciou carreira no audiovisual trabalhando como atriz, em 1981. A partir de 2004 ela também passou a escrever roteiros e dirigi-los. Em A Favorita do Rei, feito em 2023, ela assumiu quatro funções: produtora, diretora, atriz e roteirista. Esta última função ela dividiu com Teddy Lussi-Modeste e Nicolas Livecchi. Diz a lenda que Maïwenn decidiu contar a história real de Jeanne Vaubernier após ver Maria Antonieta, dirigido por Sofia Coppola, em 2006. Além dessa inspiração, há uma outra tão importante quanto, Barry Lyndon, que Stanley Kubrick realizou em 1975. Jeanne, que mais tarde adotou o sobrenome Du Barry, nasceu pobre, filha de uma cozinheira e sem conhecer o pai. Teve acesso à educação ao ser levada para um convento e quando saiu de lá tornou-se uma prostituta de luxo em Paris. Foi lá que se tornou amante do rei Luís XV (Johnny Depp, em seu primeiro papel falando francês). A trajetória de Jeanne é contada em ordem cronológica e devidamente narrada pelo ator Stanislas Stanic, algo, em certa medida, desnecessário. Narração é sempre bem problemática pois, na maioria das vezes, apenas reforça o que já estamos vendo nas imagens mostradas. O que acontece bastante aqui. Mas isso é uma questão pessoal. A Favorita do Rei traz uma história interessante contada com riqueza de detalhes e um apurado requinte visual em seus cenários e figurinos.
A FAVORITA DO REI (Jeanne du Barry – França 2023). Direção: Maïwenn. Elenco: Johnny Depp, Maïwenn, Benjamin Lavernhe, Pierre Richard, Melvil Poupaud, Pascal Greggory, India Hair e Suzanne de Baecque. Duração: 117 minutos. Distribuição: Mares Filmes.