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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

A FAMÍLIA BÉLIER

Imagine que você é uma adolescente que descobre ter uma voz especial. Este talento poderá abrir as portas para uma bolsa de estudos em Paris. E depois, quem sabe, uma promissora carreira como cantora. Esta é a premissa do filme A Família Bélier, dirigido em 2014 pelo cineasta francês Eric Lartigau. A partir de uma ideia original de Victoria Bedos, o roteiro foi escrito a oito mãos: pela própria autora, junto com Thomas Bidegain, Stanilas Carré de Malberg, além do diretor. Voltando à premissa do filme, a adolescente em questão se chama Paula (Louane Emera). Não há nada de errado com o sonho dela. O que torna A Família Bélier uma história diferente das demais é um pequeno detalhe: o pai, a mãe e o irmão de Paula são surdos e mudos. Ela é a única que não só consegue falar e ouvir, como também é uma espécie de tradutora e “faz tudo” da família. De uma certa forma, todos naquele núcleo dependem um pouco dela. E é justamente neste ponto que reside o conflito principal do filme. Mas não pense que se trata de uma obra pesada e excessivamente dramática. Muito pelo contrário. A Família Bélier é divertidíssimo. Daquele tipo que “lava a alma” e nos emociona completamente. Lartigau encontra aqui um equilíbrio dos mais perfeitos e conta com a luminosa interpretação de Emera, que foi finalista da versão francesa do The Voice e tem, realmente, uma voz divina. Acredite, é bom ter à mão uma caixa de lenços de papel.

A FAMÍLIA BELIER (La Famille Bélier – França 2014). Direção: Eric Lartigau. Elenco: Louane Emera, Karin Viard, François Damiens, Eric Elmosnino, Jérôme Kircher e Raxane Duran. Duração: 96 minutos. Distribuição: Paris Filmes. 

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