Em 1970, o quebequense Claude Fournier escreveu e dirigiu Duas Mulheres de Ouro. 55 anos depois, a também quebequense Chloé Robichaud dirigiu este Entre Duas Mulheres, a partir de um roteiro de Catherine Léger, uma refilmagem do filme feito por Fournier. A premissa é exatamente a mesma. Violette (Karine Gonthier Leboeuf) teve uma filha recentemente e ainda está em licença-maternidade. Certo dia ela escuta um barulho estranho vindo do apartamento ao lado. Parece o som de um corvo. Isso a aproxima de Florence (Laurence Leboeuf), sua vizinha, que passa por um período de forte depressão. As duas descobrem muitos pontos em comum e decidem dar um novo rumo às suas vidas para sair daquela rotina sufocante ao lado de maridos que lhe dão pouca atenção. É curioso perceber que mesmo após cinco décadas e meia a história dessas duas mulheres continua bastante atual. Robichaud conduz a narrativa de maneira bem equilibrada alternando momentos de grande tensão dramática com outros de muito humor. E as duas atrizes principais transmitem bastante autenticidade em suas interpretações. Isso reforça sobremaneira a empatia para com suas rotinas. Em tempo: a expressão “en or” significa “preciosa” na francês falado em Quebec, portanto, a melhor tradução do título original seria “Duas Mulheres Preciosas”.
ENTRE DUAS MULHERES (Deux Femmes en Or – Canadá 2025). Direção: Chloé Robichaud. Elenco: Karine Gonthier-Hyndman, Laurence Leboeuf, Félix Moati, Mani Soleymanlou e Isabelle Brouillette. Duração: 100 minutos. Distribuição: Imovision.







