A norueguesa Emilie Blichfeldt iniciou sua carreira no audiovisual em 2012 na atuação e logo depois passou a escrever e dirigir curtas. A estreia em longas ocorreu em 2025 com este A Meia-Irmã Feia. A partir de um roteiro próprio, Blichfeldt revisita o conto de fadas clássico de Cinderela e muda o foco da narrativa. A história agora tem Elvira (Lea Myren) como personagem central. Ela é a filha mais velha de Rebekka (Ane Dahl Torp), que é madrasta de Agnes (Thea Sofie Loch Næss), a gata borralheira. O próprio título já adianta que Elvira não é bonita. No entanto, a perspectiva de ser a escolhida do príncipe Julian (Isac Calmroth) faz com que ela conte com o apoio incondicional de sua mãe para atingir a perfeição física a partir de algumas intervenções cirúrgicas. Sim, A Meia-Irmã Feia é um típico filme de horror corporal, do tipo que deve ter deixado David Cronenberg orgulhoso. A roteirista e diretora demonstra controle absoluto da história que nos conta e apresenta uma abordagem das mais originais para uma trama muito conhecida. Seu filme ainda consegue romper a bolha da proposta original e adicionar novas camadas em uma narrativa cheia de sutilezas e, quando necessário, de farta explicitude. Em suma, temos aqui uma ótima surpresa.
A MEIA-IRMÃ FEIA (Den Stygge Stesøsteren – Noruega 2025). Direção: Emilie Blichfeldt. Elenco: Lea Myren, Ane Dahl Torp, Thea Sofie Loch Næss, Flo Fagerli, Isac Calmroth, Malte Gårdinger, Ralph Carlsson e Adam Lundgren. Duração: 109 minutos. Distribuição: Mares Filmes.







