No ano 2000, Ridley Scott nos levou ao Coliseu do Império Romano e revelou a figura de Maximus, interpretado por Russell Crowe, o general que se tornou um escravo, o escravo que se tornou um gladiador, o gladiador que desafiou um império, e provou que o que se faz na vida ecoa na eternidade. Gladiador ganhou cinco Oscars, entre eles melhor ator e melhor filme, além de um faturamento global de meio bilhão de dólares somente nas bilheterias. Óbvio que teríamos uma continuação. Mas ela levou exatos 24 anos para ser feita e temos agora, finalmente, este Gladiador II, novamente dirigido por Ridley Scott e com roteiro de David Scarpa. O filme é centrado em Lucius (Paul Mescal), filho de Maximus que, de uma certa maneira, repete o caminho de seu pai. Essa parte 2 comete, infelizmente, um erro muito comum nas sequências hollywoodianas. Ao invés de manter a escala do primeiro filme, Scott dobrou a aposta e investiu em cenas grandiosas, mas que pouco acrescentam à narrativa. Especialmente as que se desenrolam no coliseu de Roma. Além disso, a produção se viu prejudicada por duas greves: a dos atores e dos roteiristas. Isso terminou elevando bastante o orçamento que já era alto e fechou em estratosféricos 300 milhões de dólares. Normalmente quando os custos chegam nesse patamar sobra muito pouco para a criatividade pois se parte do princípio de que “mais é mais”, quando na verdade o que vale mesmo é o bom e velho “menos é mais”. Por fim, é visível a intenção de fazer de Gladiador uma franquia. O veredicto será da bilheteria.
GLADIADOR II (Gladiator II – EUA/Inglaterra 2024). Direção: Ridley Scott. Elenco: Paul Mescal, Denzel Washington, Connie Nielsen, Pedro Pascal, Joseph Quinn, Derek Jacobi, Fred Hechinger, Tim McInnerny, Alexander Karim e Matt Lucas. Duração: 148 minutos. Distribuição: Paramount.
