Antes de estrear na direção de longas com Deixe-Me, o suíço Maxime Rappaz supervisionou o roteiro de Conquistar, Amar e Viver Intensamente, escrito e dirigido em 2018 por Christophe Honoré; e realizou, no mesmo ano, um curta, Tendresse. O roteiro de Deixe-Me, escrito pelo próprio diretor junto com Florence Seyvos e Marion Vernoux, nos apresenta Claudine (Jeanne Balibar), uma mulher que mantém uma metódica rotina semanal. Ela é costureira e vive com o filho deficiente em uma pequena vila no interior. Toda terça-feira ela pega o teleférico e sobe até um hotel nos Alpes Suíços onde se relaciona sem se envolver com homens solitários que lá estão. As coisas mudam quando ela conhece Michaël (Thomas Sarbacher), que deseja algo mais que uma tarde apenas. Claudine se encontra então dividida diante de uma situação inteiramente nova para ela. Há em Deixe-Me uma sólida construção de personagem e não poderia haver melhor atriz que Jeanne Balibar para dar vida à Claudine. Sua beleza madura, além da postura melancólica e aparentemente altiva, fazem dela uma figura ímpar. E o rigor com que Rappaz conduz a narrativa é, na mesma medida, exemplar e bem corajosa na abordagem que faz.
DEIXE-ME (Laissez-moi – França/Suíça/Bélgica 2023). Direção: Maxime Rappaz. Elenco: Jeanne Balibar, Thomas Sarbacher, Pierre-Antoine Dubey, Véronique Mermoud, Alexia Hébrard e Alex Freeman. Duração: 93 minutos. Distribuição: Imovision.
